O VELHO E O MAR! - Jornal O Guaíra

 O VELHO E O MAR, livro de Ernest Hemingway, conta a história do incansável Santiago na busca de pescar um peixe espada que em dado momento é conquistado com muito esforço, mas o peixe não dá trégua e vende caro a ‘sua derrota’, chegando a levar o velho para alto mar. Em uma luta ferrenha de dias e noites, Santiago vencera e prendeu o peixe gigante em sua canoa para retornar até o seu vilarejo. No entanto, nesse trajeto até a praia, tubarões atacaram o peixão restando apenas o velho cansado, já bem desidratado, com feridas abertas das mãos por segurar firmemente a linha e uma enorme espinha de peixe atada em sua canoa.


Este é o Xadrez, uma luta incessante, a busca da verdade em inúmeras posições, a busca do melhor lance e, claro, da vitória, um dos grandes êxitos do jogador de xadrez. Mas será que vale a pena ter apenas bons resultados? E o legado? E as histórias? E os amigos?

Eis este momento que nos esbarramos em algo que atrai ainda mais jogadores para a fiel nobre arte. Quem adentra no ambiente enxadrístico encontrará histórias impossíveis, mundos paralelos, amigos que se encontram de torneio em torneio ou que realizam torneios para se encontrarem, pessoas que moram na mesma cidade, mas que só conseguem se encontrar porque o Xadrez “encurta ainda mais essas distâncias”.

Sem muitos rodeios, é sobre os “Velhos” e sobre o “Mar” que conto esta história, história que vem direto de Barretos, na inauguração realizada no último dia 19 de dezembro do Clube de Xadrez “Irmãos Alonso” (em referência aos Srs. José Alonso e Adolfo Alonso), que tive o prazer de conhece-los em 1998 e acompanhar as façanhas, as lutas, as derrotas algumas fora do tabuleiro, mas a grande batalha de seguir em frente com humildade e incentivo aos mais jovens. A homenagem em vida à Adolfo Alonso serve de esteio para quem circunda o meio enxadrístico da região, infelizmente, José Alonso não pôde estar presente, ele descansa junto a outros inúmeros Grandes Mestres.

Em Guaíra também temos as nossas ilustres referências no xadrez, como os Campeões Municipais Valdo Chaves e Antônio Carlos dos Santos, além do Professor Francisco de Assis Pimentel, que com certeza são do tipo de jogador que quando vão disputar ou nos acompanhar em algum campeonato, a gente sabe que vai dar tudo certo, porque eles estão conosco!

Não vou dar nomes, mas vocês já perceberam que são os “Santiagos” e agora um pouco mais do “Mar”, que são os encontros, os torneios de xadrez, onde buscamos sempre trazer o nosso peixão para casa e no Clube de Xadrez Barretense, para dar “os primeiros movimentos” (ou o pontapé inicial) os organizadores Paulo Silva, Giovane Nunes e Darley Silva organizaram o I Torneio da Amizade com a participação de 20 enxadristas das cidades de Barretos, Olímpia e Guaíra. A participação Guairense foi dominante, seis postos nas oito primeiras colocações ficaram os nossos enxadristas, dentre eles: Leandro Guilherme (8º), Antônio Carlos dos Santos (7º), André Garcia (5.º), Felipe Gabriel (4.º) e a dobradinha de Paulo Rezende (2º) e Rafael Pimentel (1.º). Dobradinha dos Filhos da Terra de sol e de luz!

Desde março de 2020 apenas com atividades online, sem disputar um torneio presencial, esse retorno fez com que sentisse aquele sentimento de estreia, estômago embrulhado, cabeça só pensando em como vai ser, como vou reagir e em todos os momentos que via pensando em jogar, o coração batia mais forte, como se tivesse me perguntando: “Onde é que a gente estava que não estava jogando?”, e assim foi... os Guairenses demonstraram a sua força no evento e com a disputa final entre Paulo Rezende, que vinha liderando com 4 pontos, e eu, que tinha meio ponto a menos. Restava apenas a vitória que veio após 52 lances. Trouxe o meu peixe para casa, assim como os demais enxadristas, senão... as boas histórias do mar!

Ao final do Torneio um livro de um dos maiores expoentes do xadrez, “Mequinho: o xadrez de um Grande Mestre” foi assinado por todos os presentes e entregue como uma grande homenagem ao Sr. Adolfo Alonso para agradecer o seu entusiasmo, incentivo e amizade de tantos anos.

PARTICIPAÇÃO DO(A) ENXADRISTA:Muito além de estratégia e raciocínio, o xadrez também é o jogo da vida! Com ele aprendi a ser mais paciente, resiliente e cuidadosa com as decisões e desafios do dia a dia. Diante do tabuleiro, mulheres, homens, adultos e crianças tornam-se um só e essa é uma das belezas mais profundas dessa importante prática milenar. A divulgação dessa arte é essencial para que cada vez mais pessoas encontrem diversão e aprendizado com esse incrível esporte!” (Isadora Santos - Barretos/SP)

CONSELHO DO DIA: Procure centralizar os seus cavalos. Nos extremos do tabuleiro, eles apresentam pouca efetividade ou, como diz o Grande Mestre Gilberto Milos Jr: “cavalo pro canto, só traz desencanto.

EXERCÍCIO #005) Este exercício foi retirado de uma partida online disputada na plataforma lichess.org do enxadrista de Olímpia/SP, Carlos Valeriano, que venceu a partida conduzindo as peças pretas, mas o seu adversário não viu uma sequência mortal com as peças brancas. Nesta posição brancas jogam e dão mate em 4 lances:

Resposta: 


Publicado no Jornal O Guaíra - 09/01/2022

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